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As atitudes ecológicas em uma cidade não devem apenas ser iniciativa de um grupo de ativistas, ou de pessoas mais engajadas com a causa, devem ser uma questão de políticas públicas, de educação e de cidadania.

Em Estocolmo, capital da Suécia, inúmeras medidas e atitudes têm sido postas em prática a fim de torná-la em uma cidade mais verde e menos emissora de CO².

Estímulos ao uso do transporte público, aos deslocamentos com bicicletas e ao consumo de agrocombustíveis tem tido cada vez maior adesão e com isto há consecutiva melhoria na qualidade do ar. Pelos rios é possível atravessar toda a cidade a barco, dando uma função diferente ao que normalmente é dada em grandes centros.

Aquecimento solar residencial e isolamento térmico mais eficiente tem diminuído o consumo de energia usada para supertar o frio intenso do inverno local. A instalação de telhados verdes nas casas e edifícios serve tanto para captação de CO² atmosférico, quanto para retenção de água das chuvas, como para paisagismo urbano.

Bairros inteiros têm metas para diminuição do consumo de água percapta, além disto, há tratamento de 100% do esgoto. O lodo gerado nesta atividade é a matriz para a produção de biogás, que depois é usado nos veículos ou nos fogões.

“Esta é a base de um conceito chamado “simbiocity”, ou seja uma cidade em simbiose com o Planeta.”, esta é a explicação de um dos fomentadores e estudiosos do tema, Hans Lundburg, do Instituto Sueco de Pesquisas Ambientais.

Cada pessoa deve rever seus valores e atitudes, tentando cada vez mais tanto mudar seus hábitos pessoais, como pautar as políticas públicas para estas questões. Fonte: OESP, 19/10/08 – Metrópole, C12.

Retirado do blog: De olho na mananciais


Atores não são prostitutos ou garotos de programa, atrizes não são prostitutas ou garotas de programa e a quase totalidade das pessoas do público não são “voyeurs”. Assim, os atores e atrizes não devem ter medo de serem “blacklisted” (colocados na “lista negra” e devem ter o direito – e proteção de sua categoria profissional bem como do público em geral – de se recusar a se despir, ficarem nus ou fazer cenas sensuais na frente das câmeras ou nos palcos.

Podemos, como cidadãos, registrar a nossa preocupação com o constante aumento da “sexualização” da mídia – a banalização de cenas de sexo, estupro, violência de todo tipo e a apresentação destas coisas. Podemos fazer o nosso “trabalho de beija-flor” – mesmo que seja enviando um simples e-mail para a produção de uma novela ou para empresa que patrocinou um determinado programa comprando espaço publicitário. Podemos entrar nos sites dos programas de TV, por exemplo, achar o botão “fale conosco” e registrar as nossas opinões. Geralmente, fazer uma busca com o nome do programa seguido por “+fale conosco” deve dar certo. Certamente não é ficando quietos, abaixando a cabeça que vamos ajudar a mudar as coisas. Muito pelo contrário – o nosso silêncio nos torna co-responsaveis pela continuação destas situações…

Alegar que isto é “arte” já virou uma farsa – a verdade maior é que estes roteiristas, diretores e produtores que apelam para tantas cenas de nudez e sexualidade estão simplesmente demonstrando sua falta absoluta de criatividade, uma vez que costuma ser aquilo que fica coberto que provoca mais a nossa sensualidade.

Seguem trechos do texto do ator Pedro Cardoso, na primeira exibição pública do filme “Todo Mundo Têm Problemas Sexuais” no cinema Odeon no dia 08 de outubro de 2008 e publicado no blog todomundotemproblemassexuais no dia 9/10/08 (os destaques são meus).

Senhoras e senhores, nesta primeira exibição pública de “Todo Mundo Têm Problemas Sexuais”, eu gostaria de, na qualidade de ator e produtor do filme, compartilhar com vocês algumas preocupações a respeito da pornografia que percebo presente na quase totalidade da produção audiovisual mundial, e na brasileira especialmente; e como esta invasão está aviltando a profissão de ator e de atriz; e gostaria, de situar o filme no contexto desta questão.

A meu ver, as empresas que exploram a comunicação em massa (e as que dela fazem uso para divulgar seus produtos) apossaram-se de uma certa liberdade de costumes, obtida por parte da população nos anos 60 e 70, e fazem hoje um uso pervertido dessa liberdade.

Uma maior naturalidade quanto a nudez, que àquela época, fora uma conquista contra os excessos da repressão a vida sexual de então, tornou-se agora, na mão dessas empresas, apenas um modo de atrair público. Com a conivência de escritores e diretores (alguns deles, em algum momento, verdadeiros artistas; outros, nunca!) temos visto cenas de nudez, ou semi-nudez, ou roupas sensuais, ou diálogos maliciosos, ou beijos intermináveis, em quase todos os minutos da programaçãos das televisões e nos filmes para cinema, sem falar na publicidade. A constância com que essas cenas aparecem tem colocado em permanente exposição a nudez dos atores, especialmente das mulheres; é sobre as atrizes que a opressão da pornografia é exercida com maior violência, uma vez que ela atende, na imensa maioria das vezes, a um anseio sexual do homem. É raro o convite de trabalho, seja filme ou novela ou programa de humor, que não inclua cenas desse tipo para o elenco feminino.

No filme que assistiremos em breve, apesar do nome que tem, não há cenas de nudez. Embora o drama de todas as histórias aconteça nas imediações de atos sexuais, este filme não tem cenas de nudez. Esta foi uma sugestão minha que foi muito bem recebida pelo diretor, Domingos Oliveira, e por ele endossada. A minha tese é de que a nudez impede a comédia, e mesmo o próprio ato de representar.

[…] A pornografia está tão dissimulada em nossa cultura, que já não a reconhecemos como tal. Hoje, qualquer diretor ou autor de novela ou programa de televisão (medíocre ou não, mas medíocre também!), ou qualquer cineasta de primeiro filme, se acha no direito de determinar que uma atriz deve ficar pelada em tal cena, ou sumariamente vestida (já vem escrito no texto!), ou levando um malho, ou beijando calorosamente dez minutos um ator que ela acabou de conhecer (e já aconteceu de ser apresentado um prostituto para fazer uma cena de beijo com uma colega nossa). E depois, é frequente que esses cineastas de primeiro filme exibam para seus amigos, em sessões privê, as cenas ousadas que conseguiram arrancar de determinada atriz. (E quanto mais séria e profissional for a colega, maior terá sido o feito de tal cineasta de merda.)

E quando hesitamos diante de um diretor que nos pede a nudez, ele fica bravo, faz má-criação, como uma criança mimada, porque se considera no direito a ela. E se a atriz for jovem, é bem capaz que ainda ouça uns desaforos.

Até quando, nós atores, ficaremos atendendo ao voyeurismo e a desfunção sexual de diretores e roteiristas, que instigados pelos apelos do mercado, ou por si mesmos, nos impingem estas cenas macabras? Até quando, nós atores, e sobretudo, as atrizes, serão constrangidas a ficarem nuas em estúdios ou praias onde homens em profusão se aglomeram para dar uma olhadinha? Ou, pior: quando dissimulam o seu apetite sexual num respeito cerimonioso; respeito esse que é pura tática para não espantar a presa, a oferenda que vai ser imolada no altar do tesão alheio dos impotentes!  Um diretor não deveria pedir a uma atriz que faça algo que ele não pediria a uma filha sua. Assim como um homem não deve fazer a uma mulher algo que ele não quer que seja feito a uma filha sua. Eu não conheço outra dignidade além dessa.

Se essa gente quer nudez, que fiquem nus eles mesmos, e então conhecerão o uso pornográfico de suas próprias imagens e saberão onde dói! Além do que, seria uma doce vingança para nós conhecer a nudez dessas belíssimas pessoas, geralmente fora do peso!

Quem quer a nudez do outro, é porque tem problemas com a sua própria.

Eu ambiciono o dia em que os atores e as atrizes saibam que podem e devem dizer “não” a cenas onde não se sintam confortáveis. O dia em que saibamos que não temos obrigação de tirar a roupa, que esta não é uma exigência do ofício de ator e sim da indústria pornográfica. O dia em que não nos deixaremos convencer por patéticos argumentos do tipo: “é fundamental para a história”, “a luz vai ser linda”, “você vai estar protegida”, “é só de lado”, “a gente vai negociar tudo”, “se você não gostar, depois eu tiro na edição”, e o pior argumento de todos, “vai ser de bom gosto”. E a conclusão de sempre “confie em mim”. E há também um argumento criminoso: “O programa é popular. Tem que ter calcinha e sutiã.” Como se a gente brasileira fosse assim medíocre.

[…] Claro que tudo isso nos é vendido como algo inofensivo, apenas uma crônica dos costumes do nosso tempo. Mas esse é o grande álibi para a disseminação da pornografia através do nosso trabalho. Há muito tempo estamos passando por esse constrangimento e fingimos que não. Temos mil desculpas esfarrapadas para nos enganar. Mas a verdade é que temos medo de ficar sem emprego. A pornografia é uma mercadoria muito fácil de vender, mas eu acredito que o público, por fim, a rejeita e se sente desrespeitado.

[…] Onde há pornografia, não há liberdade. Há alguém ganhando dinheiro e alguém sofrendo para produzir o dinheiro que este outro está ganhando. Quem se vê submetido a cena pornográfica, sempre sofre, mesmo apesar de seus possíveis comprometimentos subjetivos a tal submissão. O comprometimento eventual de alguns de nós, não legitima o ato agressivo de quem propõe a pornografia.

A quem se afobe em me acusar de exagerado, eu só peço que assista aos filmes recentes e a televisão. Está tudo lá. É só ter liberdade para ver.

[…] Para que não digam que eu sou contra a nudez em si, dedico este texto a atriz Clarisse Niskier, que faz de sua nudez em “A Alma Imoral” um excelente instrumento para a narrativa do seu espetáculo e não um ato pornográfico. Na televisão não há cena de nudez que eu me lembre de ter considerado justificada, mas no cinema há pelo menos uma: Leila Diniz vestindo a nudez de sua personagem no filme “Todas as Mulheres do Mundo”, enquanto o personagem de Paulo José diz um belíssimo poema de Domingos Oliveira.

[…] acréscimos

[…] O anseio sexual é constante no homem, não deve ser permanentemente atiçado. Sem o ser, ele já nos traz transtornos e alegrias suficientes. A arte e a cultura e o esporte e a amizade, entre outras coisas, devem nos descansar dele, e não nos levar de encontro a ele. Quando assistimos a um bom filme (ou peça de teatro ou capítulo de novela ou programa de auditório, ou comercial de televisão) ficamos felizes e temos vontade de viver, de encontrar pessoas e, quem sabe até, nos apaixonarmos por alguém. Quando assisitimos a pornografia, somos induzidos a masturbação, ficamos solitários e depressivos. Enquanto a arte nos acalma, a pornografia nos angustia porque não temos defesa contra ela. Qualquer pessoa é suceptível a nudez. A visão da nudez desperta inevitavelmente o anseio sexual; que, uma vez desperto, só sossega quando consumado. E como não o conseguimos consumar na velocidade em que ele pode ser estimulado, esta frustração nos irrita e acirra nossa violência. Daí o perigo de a pornografia ser difundida, sob o disfarce de obra dramatúrgica, com tanta frequência pelos meios de comunicação em massa.

[…] 10/10/2008

agradecimentos, uma resposta e uma síntese

[…] Entre a pornografia e a arte há muitas nuances, mas elas não são a questão aqui. O que eu digo é que há pornografia na imensa maioria da produção audiovisual para atender a ambição de ganho financeiro, e que isto está tornando a vida dos atores um tormento. Quase não há ofertas de trabalho onde a pornografia não se insinue. As exceções existem, mas não cabe a mim discutir quais elas seriam, mesmo porque não tenho o monopólio de uma verdade, que é, por sua própria natureza, bastante afetada pela subjetividade de cada um. Agora, a invasão da pornografia é um fato bastante objetivo e facilmente comprovável. Sua presença é tão evidente, e o desconforto que causa já me foi tantas vezes relatado por colegas, que eu me sinto confiante para apontá-la. Será difícil encontrar uma atriz (ou espectadora) que não tenha passado ao menos por uma situação onde não tenha se sentido constrangida.

[…] Essa é a minha questão, e nenhuma outra. Acredito que o ator, novamente senhor do seu trabalho, não produzirá pornografia (com raras exceções). Por isso anseio pelo dia em que diremos “não” às cenas que não queremos fazer. E, quando formos muitos a dizer esse “não”, o mercado terá que se submeter a nossa vontade e a história mudará. É uma questão ética e política para mim. […]

O Mapa da Comunicação Social

O Projeto Donos da Mídia reúne dados públicos e informações fornecidas pelos grupos de mídia para montar um panorama completo da mídia no Brasil. Aqui estão detalhadas diversas informações sobre os seguintes tipos de veículos: emissoras e retransmissoras de TV; rádios AM, FM, Comunitárias, OT e OC; operadoras de TV a cabo, MMDS e DTH; canais de TV por assinatura; e as principais revistas e jornais impressos.

Nas próximas páginas, o internauta irá encontrar um amplo e exclusivo quadro da comunicação social brasileira, onde não apenas as relações econômicas entre os grupos privados foram listadas e relacionadas, mas os regimes de informação, aos quais as populações estão submetidas, aparecem identificados e analisados de forma preliminar.

ler mais e visitar o site: Os Donos da Mídia

Cresce a nossa responsabilidade de educar e informar bem as nossas crianças. Os Preceitos Budistas recomendam manter a mente clara e respeitar a si mesmo e o outro, o que significa evitar o uso de qualquer tipo de entorpecente e evitar práticar sexo impróprio. Reproduzo aqui uma reportagem recente:

Comportamento – Revista Veja – 1 de outubro de 2008

Um novo perfil de paciente chega ao consultório dos infectologistas: jovens com menos de 25 anos que, embalados por álcool e drogas, deixam a camisinha de lado e se contaminam com o HIV.

‘Sempre soube da importância da camisinha. Minha mãe insistia para que eu nunca saísse de casa sem ela. Certa vez, na escola, uma professora demonstrou como usar o preservativo. Achei patético. Aquilo não era para mim. No fundo, achava que aids era coisa de gay. Aos 16 anos, no início da minha vida sexual, eu até usava camisinha, com medo de engravidar as meninas. Depois, desencanei por causa da bebida. Sob o efeito da cerveja e do uísque, aí é que a camisinha não saía mesmo do meu bolso. Meus amigos também agem assim. Há três semanas eu descobri enho o vírus HIV. É óbvio que eu tomei um susto. Mas agora estou mais tranqüilo. Daqui a uns dias vou começar a tomar o coquetel contra a aids. Sei que terei uma vida normal.’

O relato do estudante paulistano A.K., de 21 anos, é aterrador.  Impressiona pelo descaso com o sexo seguro e, agora, pelo modo como enfrenta a infecção pelo HIV. Ele não é uma exceção. Rapazes e moças como A.K. se tornaram figuras freqüentes nos consultórios dos grandes infectologistas brasileiros: jovens de classe média, com menos de 25 anos, contaminados pelo vírus da aids em baladas regadas a muito álcool e drogas. ‘Em 28 anos de consultório, nunca vi tamanho desdém pela proteção sexual’, diz Artur Timerman, infectologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. ‘E esse descaso é provocado pelo abuso de bebidas alcoólicas e substâncias entorpecentes.’ Oficialmente, a ocorrência de aids entre os jovens de 13 a 24 anos mantém-se estável nos últimos cinco anos. Eles representam 10% do total de infectados no país a cada ano, o que equivale a cerca de 3.000 casos. ‘Mas é urgente que essa rapaziada mude de comportamento já’, alerta o infectologista David Uip, do Hospital Sírio-Libanês. ‘Do contrário, prevejo uma explosão da contaminação por HIV entre os jovens.’ Até recentemente, os portadores do vírus com menos de 25 anos que chegavam ao consultório de Uip eram, no máximo, três por ano. De
2007 para cá, o médico passou a atender, em média, um paciente com o mesmo perfil por mês. ‘Estou estarrecido com a postura camicase desses garotos’, afirma o infectologista.

Em algumas situações, o comportamento irresponsável adquire contornos suicidas. Comum entre os gays americanos desde os anos 90, vem ganhando força no Brasil a prática do bare-backing,  em que homossexuais masculinos se expõem voluntariamente ao vírus da aids em relações sem proteção. A expressão barebacking pode ser traduzida como ‘cavalgada sem sela’. Nessa roleta-russa da aids, um portador do HIV é chamado a participar de uma orgia. Ele pode ou não receber dinheiro por isso. Quando é contratado, o valor fica em torno de 3.000 reais. Batizado de ‘gift’  (presente, em inglês), o soropositivo não é identificado. Todos os outros convidados, porém, sabem que na festinha há pelo menos um portador do HIV – e se divertem com o risco de ser infectados. Essa maluquice é protagonizada, em geral, por homens de 16 a 30 anos. Aos 48 anos, R.F. está contaminado há quinze. Já participou de uma dezena de barebackings. Num deles, foi o ‘presente’, mas pediu para ser identificado. ‘Apesar do lenço vermelho amarrado no braço, o que denunciava o HIV, muitos quiseram ter relações comigo sem camisinha’, conta R.F.

Campanha antiaids Cartaz de alerta sobre os riscos oferecidos pelo crystal, droga muito disseminada entre os gays americanos: ‘Basta uma noite com o crystal para jogar fora anos de sexo seguro’

As drogas que alavancam o comportamento sexual irresponsável – tanto de homossexuais como de heterossexuais – podem ser pesadíssimas. Além da onipresente cocaína, consome-se bastante o chamado special K, um nestésico de cavalo com efeito alucinógeno arrebatador. Outra droga que começa a despontar no Brasil é o crystal. Derivado da anfetamina, ele é muito comum nas festas gays. Nos Estados Unidos, onde o seu uso está amplamente isseminado, o crystal é alvo de campanhas antiaids por favorecer enormemente o sexo sem proteção. Um estudo publicado no Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes  mostra que o crystal aumenta em 46% o risco de infecção pelo HIV. O álcool, por sua vez, quando consumido em excesso, quintuplica a probabilidade de um jovem fazer sexo sem proteção. Com a palavra a gaúcha C.A., secretária de 28 anos:

‘O abuso de bebida na adolescência me levou a ter aids. Quando completei 18 anos, conheci um cara que adorava beber e eu passei a acompanhá-lo nas bebedeiras. A partir do nosso terceiro encontro, abandonei o preservativo. O álcool distorcia a minha visão da realidade. Dois meses depois do início do relacionamento, nós nos separamos. Sete anos mais tarde , por causa de uma febre alta que não cedia,   descobri que estava com aids. Desconfio que peguei a doença daquele namorado. Mas não tenho certeza porque depois dele voltei a fazer sexo sem proteção. Infelizmente, existe a  possibilidade de eu ter infectado outras pessoas sem saber’.

Um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo revela que 44% dos brasileiros recém-diagnosticados com HIV (14.000 pessoas ao ano, segundo as estatísticas oficiais) só descobrem a infecção com a manifestação dos primeiros sintomas da doença, como aconteceu com a secretária C.A. Em média, da infecção aos primeiros sinais da doença transcorrem sete anos. Ou seja, ao longo de todo esse período, homens e mulheres infectados podem pôr a vida de outras pessoas em risco – além da sua própria. Graças à evolução dos coquetéis de remédios, os jovens de hoje formam a primeira geração que não presenciou a devastação causada pelo HIV nos anos 80. ‘Para essa juventude, a aids parece ser uma realidade distante’, diz o sanitarista Alexandre Grangeiro, coordenador do trabalho da USP. ‘Além disso, como os retrovirais estão mais eficazes, os jovens superestimam os efeitos dos medicamentos e acreditam que podem tratar a aids como um mal crônico qualquer.’ De fato, tais remédios têm tudo para garantir uma longa vida ao jovem A.K., o estudante de 21 anos que acaba de se descobrir portador do HIV. A ‘normalidade’ que ele imagina, no entanto, é uma ilusão. Apesar de todos os progressos na área farmacêutica, conviver com o HIV não é tão simples assim. Os remédios só fazem efeito se tomados à risca, apresentam efeitos colaterais desagradáveis e a quantidade pode chegar a nove comprimidos diários. O melhor é não ter de tomá-los. Muito melhor é ter responsabilidade.

fonte: Revista Veja

Por Lygia de Luca, repórter do IDG Now!

São Paulo – Colégio paulistano ensina ética no mundo online a crianças de 9 a 11 anos. Saiba o que elas entendem por ‘cidadania digital’.

“No Orkut, eu tenho 20 anos”, diz um aluno da da 5ª série do Ensino Fundamental. Pergunte-se, agora, se os pequenos internautas sabem o que é ética. Receberá, provavelmente, a resposta “não”. Explicar é o primeiro passo para saber o que crianças de 9 a 11 anos de idade entendem por “cidadania digital”.

Durante a aula “Ética e Cidadania Digital”, do Colégio Bandeirantes, na cidade de São Paulo, Lucas conta que, após uma pesquisa, encontrou materiais de incentivo ao crime, injúria e preconceito na internet. Ao citar exemplos, revela ter visto uma comunidade no Orkut que mandava matar os #EPAAAA!!!#s.

Mas como Lucas entrou no Orkut se a rede social é voltada somente aos maiores de 18 anos? Ele mentiu em seu perfil. Cerca de 80% dos alunos levantam a mão para afirmar que têm uma página no Orkut.

A advogada Cristina Sleiman, da PPP Advogados, alerta que mentir a idade significa falsidade ideológica – já que você concorda com os Termos de Uso do serviço. Embora as palavras sejam um pouco complicadas para a faixa etária, a classe entendeu, em detalhes, que não deveria ter um perfil online.

“Mas os maiores de 18 anos correm menos risco que nós?”, questiona Lucas. Considerando que um dos alunos perguntou o que é pedofilia, dá para entender que eles sabem menos sobre os riscos online do que os adultos.

As crianças não vêem maldade em mentir sua idade no universo online, assim como não acham que, se criarem um perfil falso, serão encontradas caso proliferem maldades na rede. “Eu vi na TV sobre um cara que fazia coisas ruins no Orkut. Mas prenderam o suspeito errado e depois foram descobrir que o computador usado era de outra pessoa”, conta Michelle.

Neste momento, é preciso fazer uma pausa para Cristina explicar o que é a identidade digital, fazendo os pequenos entenderem a necessidade de fazer logoff toda vez que utilizarem a máquina ou um serviço, ação pouco comum entre eles.

Ainda sobre a rede social, Lucas conta que recebe visitas anônimas – enquanto vários colegas confirmam o mesmo. E querem saber se é possível descobrir quem visitou seu perfil.

Descobrem que sim – pelo IP do computador do usuário invasor. Cristina mostra às crianças, contudo, que o trabalho é para adultos: precisaria acionar um provedor ou, neste caso, o Google.

Em contraponto à permissão para uso do Orkut apenas após os 18 anos de idade, os pais de Larissa criaram um perfil para a filha, desautorizada a colocar dados além de seu primeiro nome.

A ordem tem fundamento. A vizinha de carteira, Carolina, foi vítima de um trote de sequestro, que começou na rede social. Uma mensagem inesperada no seu MSN a assustou: era um garoto, que dizia ter 13 anos, e queria namorá-la. Pedido negado. Então ele conseguiu o número de sua casa.

“Ele ligou pro meu pai e disse que eu fui sequestrada”, conta. O trote teve fim quando ameaçaram o suposto garoto de acionar a polícia.

Os pais têm muito mais cuidado com a privacidade online dos filhos do que as próprias crianças. Michelle revela que em seu álbum do Orkut tinha uma foto com uma amiga – esta vestia o uniforme do colégio onde estudava. O pai da amiga viu e pediu que, se quisesse manter a foto, precisaria cobrir o nome do colégio.

“Não entendi, daí tirei a foto”, diz Michelle. A garota, aliás, colocou o computador da família em risco por uma travessura online: acreditou em um spam que prometia mostrar uma foto de Brad Pitt no filme Tróia. “Mas aí baixou um tróia pro meu computador!”, conta, animada.

“Eu queria muito ver o filme, mas é pra maiores de 12 anos”, explica. Graças à possibilidade de alcance à parte íntima do corpo de Brad Pitt, a máquina ganhou um cavalo-de-tróia.

Em meio aos relatos sobre os materiais criminosos online, Renata afirmou ter encontrado coisas horríveis. “Encontramos pessoas falando mal sobre famosos no Orkut. Mas não precisa criar comunidade, isso pode ser crime. Guarde a sua opinião para você”, Renata explica e dá uma lição em seguida.

Mesmo em estado de calamidade, as crianças têm acesso ao universo online e ainda não entendem como agir no mundo virtual. “Falar mal de outras pessoas é crime?”, questiona Michelle.

“Pois é, um dia me xingaram de algo que eu não gostei e eu retribuí com uma coisa muito feia também!”, conta a amiga Natalie. “Eu bloqueei o MSN dessa pessoa”, conta.

Exemplos da ‘vida real’
Segundo a professora Cristiana Mattos e a advogada Cristina Sleiman, algumas crianças tiraram comunidades que ofendiam outras pessoas do ar após as aulas de cidadania digital.

“Eles têm que saber o que é certo e errado. As crianças não têm noção, muitas coisas não fazem por mal”, diz a advogada.

Segundo Cristiana, os alunos têm se mostrado pró-ativos. “Eles querem incentivar os outros a fazerem o bem na internet”, diz.

Além disso, a professora opina que a educação deve ser globalizada, para a vida, o que inclui “riscos e segurança ao navegar na internet”, expõe.

Por isso, uma das formas de ensinar ética é por exemplos da vida real. “É melhor perguntar antes, pedir autorização”, exemplifica Cristina.

Um bom exemplo é que uma das alunas, ao citar que encontrou sites de preconceito a negros diz, inconformada com as manifestações online, que sua tia preferida é negra, diferente de toda a família, pois é adotada.

Neste momento, Maria Carolina levanta a mão e pergunta sobre o link “Denunciar Abuso” que o Orkut oferece. “Ah, tem que ter pelo menos 5 cliques!”, grita um aluno, seguido por outro que explica que o Orkut tem milhões de usuários que vêem a comunidade.

Mesmo sem saber ao certo como ser cidadãos digitais, na certeza de que podem se manter no anonimato, as crianças têm noção de que podem transformar a web em um espaço do bem, como ressaltou Cristiana.
“Eles têm que assumir o que falam, ter responsabilidade”, ensina.

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